Espírito Santo Financial Group solicita gestão controlada no Luxemburgo

Sociedade que detém 20% do capital do BES incapaz de honrar os seus compromissos.

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Salgado foi ouvido no tribunal em Lisboa

A holding financeira do grupo, que detém a posição (entregue em garantia numa emissão de obrigações em 2013) de 20% no BES, pediu a gestão controlada aos Tribunais do Luxemburgo por não estar em condições de pagar aos seus credores que adquiriram papel comercial.

Depois de a ESFG ter sido retirada do principal índice da bolsa de Lisboa, mantendo-se fora de negociação, a iniciativa era esperada e segue-se aos pedidos de protecção de credores entregues pela  Espírito Santo International, que detém 100% da Rioforte, e por esta holding que opera na área não financeira (Hoteis Tivoli, Comporta, entre outros negócios).

Ontem, a ESFG revelou que a sua exposição às duas holdings da família totalizava 2,3 mil milhões de euros – já a do BES ao universo Grupo Espírito Santo é de 1,5 mil milhões de euros.

A ESFG explicou que “a Gestion Contrôlée (figura do direito luxemburguês) é possível em situações em que existem perspectivas para os negócios da empresa que se encontra temporariamente em dificuldades e seja incapaz de cumprir as suas obrigações, de modo a permitir a sua restruturação. Este procedimento deverá facilitar uma alienação faseada dos seus activos, servindo melhor os interesses de todos os credores.”

Para além do BES, a ESFG detém 100% da seguradora Tranquilidade e das operações bancárias da família Espírito Santo no exterior: Suíça (Banque Privée), Dubai e Panamá.

A confirmação de insolvência por parte da holding mais emblemática do GES, a ESFG, surge quase em simultâneo com a saída do seu presidente, Ricardo Salgado, do Tribunal Central de Instrução Criminal, em Lisboa. Salgado esteve durante o dia a prestar declarações após ser detido na sua casa de Cascais ao início da manhã, acompanhado dos advogados Daniel Proença de Carvalho e Francisco Proença de Carvalho.

O presidente da ESFG deixou o local como arguido suspeito de crimes de "burla, abuso de confiança, falsificação e branqueamento de capitais". A PGR informou ainda que Salgado está proibido de sair de Portugal e de contactar "determinadas pessoas".

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