Não temos de ser mecânicos reformados, nem milionários. A idade, profissão e classe social não são para aqui chamados. "O gosto por automóveis pode por vezes levar ao coleccionismo, uma vez que cada peça arrasta consigo os vários traços que definem uma época. Preservar esse momento no tempo, os padrões tecnológicos, as concepções estéticas, é o que nutre o apreço que vários colecionadores têm por cada uma das suas peças", conta Mariana Gomes no projecto "Ter e Manter", o clássico a seu dono. "Independentemente da sua condição, o primeiro carro conquista sempre um lugar especial junto do dono", prossegue a estudante finalista de fotografia do Departamento de Artes da Imagem da ESMAE/IPP (na exposição Projeto 14 até 26 de Outubro). "Ter e Manter" foca-se nessa história, explorando a ligação emocional que fica depositada no objecto ao longo dos anos. Pretende registar histórias nunca coincidentes mas com premissas comuns, cultivadas por um gosto que cresceu ao longo dos anos e que é partilhado por diferentes personalidades, indiferente à idade, profissão ou classe social".