O Bloco de Esquerda está a decompor-se, hoje, praticamente do mesmo modo como se formou em 2000. Se nessa altura resultou da união do PSR, da UDP e da Política XXI, começou há um ano a dividir-se em tendências: Socialismo, criada pela coordenação bicéfala; Esquerda Alternativa, nascida da antiga UDP; e Fórum Manifesto (ex-Política XXI), que, tal como Ana Drago, resolveu agora abandonar o Bloco. Isto já para não falar do Livre, criado a partir do BE. É como se as “costuras” feitas para unir tecidos diversos se rompessem pelos mesmos traços, sem que daí se vislumbre qualquer rumo. No centro das contendas estão não propriamente ideias, mas o eterno drama do poder. Há quem prefira um BE firmemente oposicionista e quem o imagine como “muleta” de um poder socialista, forçando o PS a governar à esquerda (com ou sem PCP à ilharga) e não à direita. Na verdade, já algo aproxima PS e BE neste Verão: as querelas internas.