Concerto
Os bombons da Manuela e da Orquestra de Jazz
Manuela Azevedo desafiou a plateia da sala Suggia, a abarrotar, que imaginasse como ela se sentia naquele momento. Mas deu logo a resposta: “É como se fosse Natal em pleno Verão. É uma enorme prenda, esta, que o Pedro e o Carlos me deram”. O Pedro (Guedes) e o Carlos (Azevedo) são os responsáveis pela direcção musical da Orquestra de Jazz de Matosinhos, e foram eles quem convidou a vocalista dos Clã a subir àquele palco para um concerto inédito. No final da primeira música - ou do primeiro bombom de uma caixa de degustação limitada (“São dez bombons e não há mais!”) Manuela Azevedo falou de prendas atrás de prendas. A prenda de ter sido ela a escolher nove dos dez bombons e a prenda de o único bombom que não foi por ela escolhido, mas sim pelos responsáveis da OJM, ser a faixa "A paz não te cai bem", do ultimo álbum dos Clã ("E que arranjo maravilhoso eles fizeram para esta canção!", disse ela). Prendas atrás de prendas, dizíamos, e Pedro Guedes também falou da que eles, na Orquestra, receberam e agradeceram: "A oportunidade de trabalhar com esta grandessíssima.... Cantora". Elogios e agradecimentos à parte, a verdade é que os bombons souberam a pouco, e houve chocolates para todos os gostos. Houve Tom Waits e Chico Buarque, houve Rufus Wainwright e Serge Gainsbourg, houve Queens of the Stone Age e Janelle Monae. Mas as musicas têm mesmo de ser como os bombons, irrepetíveis? Não têm, não. No final, regurgitaram-se dois. A música dos Clã e ainda uma versão de uma música "bem chanfrada", disse Manuela, que não escondeu o gozo imenso de estar ali a cantá-la: "I am the Walrus", dos Beatles. LP