Se vos prenderem no quartel, não digam que não avisei

Não está assinado, este "relato de uma reunião entre os srs. ministro e subsecretário de Estado do Exército e os comandos de unidades de uma Região Militar do Continente" não identificada. Terá sido escrito ou ditado por alguém que, tendo assistido à reunião com o ministro Andrade e Silva, pertencia ou mantinha afinidades com o Movimento dos Capitães, que é de resto, o tema principal do encontro. Certo é que o documento constava do arquivo de Vasco Gonçalves, e foi por essa via que chegou ao Centro de Documentação 25 de Abril da Universidade de Coimbra.

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Não está assinado, este "relato de uma reunião entre os srs. ministro e subsecretário de Estado do Exército e os comandos de unidades de uma Região Militar do Continente" não identificada. Terá sido escrito ou ditado por alguém que, tendo assistido à reunião com o ministro Andrade e Silva, pertencia ou mantinha afinidades com o Movimento dos Capitães, que é de resto, o tema principal do encontro. Certo é que o documento constava do arquivo de Vasco Gonçalves, e foi por essa via que chegou ao Centro de Documentação 25 de Abril da Universidade de Coimbra.

A reunião em causa teve lugar em Fevereiro de 1974, por sinal numa época em que a generalidade do Governo acreditava que os últimos decretos relativos às forças militares haviam de pôr fim ao descontentamento dos capitães e em que este movimento fazia os possíveis para que o Governo continuasse convencido disso. Mas o ministro do Exército, o General Andrade e Silva, tem  aqui uma intervenção profética: "Se um dia não vos deixarem entrar no quartel ou vos forem prender, não digam que não avisei", diz aos comandantes da tal "Região Militar do Continente".