Sindicato diz que greve paralisa empresa de recolha de lixo em Sintra
Trabalhadores temem perder os postos de trabalho com a extinção da HPEM.
"Nos dois turnos que decorreram até agora temos uma adesão de 100%. Não saiu viatura nenhuma", disse esta manhã à agência Lusa Alexandra Rebeca, dirigente do STAL.
A agência Lusa tentou obter informações sobre a greve junto da Câmara de Sintra, mas sem sucesso até ao momento.
A paralisação entre esta terça-feira e sexta-feira pretende defender remunerações, direitos e postos de trabalho no processo de extinção da HPEM, empresa municipal da recolha de resíduos e limpeza urbana em Sintra. A greve teve início no turno entre as 23h e as 6h e, segundo a sindicalista, teve a adesão das quatro dezenas de trabalhadores operacionais que deviam recolher durante a noite o lixo nas freguesias de Sintra, Algueirão-Mem Martins, Rio de Mouro, Casal de Cambra e zonas rurais.
"A adesão é demonstrativa de que mesmo os trabalhadores que assinaram o acordo de cedência querem ver as suas condições laborais asseguradas", afirmou Alexandra Rebeca. A maioria dos funcionários da recolha já está integrada nos Serviços Municipalizados de Água e Saneamento (SMAS) de Sintra, enquanto os da limpeza passaram a trabalhar para a câmara. As zonas mais populosas do Cacém, Agualva, São Marcos, Mira Sintra, Queluz, Monte Abraão e Massamá não vão ser afectadas pela greve, uma vez que os resíduos são recolhidos por uma empresa privada.
"Esta greve não tem muito sentido", disse na segunda-feira o presidente da autarquia, Basílio Horta (PS), acrescentando que as principais reclamações dos trabalhadores estão asseguradas pelos órgãos autárquicos e que, do total de funcionários, só "oito ou nove ainda não assinaram o acordo".
A Assembleia Municipal de Sintra aprovou a 28 de Fevereiro a reorganização do sector empresarial do município. A HPEM foi integrada na câmara e nos SMAS, assim como a Educa (equipamentos educativos), também extinta.
A HPEM será extinta a 30 de Abril, segundo o presidente da autarquia. A SintraQuorum mantém a gestão do Centro Cultural Olga Cadaval e da Escola Profissional de Conservação e Restauro, assumindo o antigo Casino e a Quinta da Regaleira. O Museu Arqueológico de São Miguel de Odrinhas foi integrado na câmara.