Crescimento privado na saúde é positivo, desde que SNS continue a responder, diz Paulo Macedo
Paulo Macedo diz não ter medo dos privados.
Paulo Macedo comentava dados divulgados pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), que mostram uma tendência de aumento da percentagem de consultas realizadas nas unidades privadas, entre 2002 e 2012.
Para o ministro, é “perfeitamente natural e desejável” o crescimento do sector privado em algumas áreas, mas o que importa é saber se se “mantém ou não a capacidade no sector público para responder às necessidades dos portugueses”.
“Ainda bem [que o sector privado cresce], desde que continuemos a ter uma forte capacidade de resposta no sector público, que existe, de uma forma transversal, cobrindo o país, também em áreas mais diferenciadas, que em muitos casos não existem no sector privado”, afirmou o ministro.
Paulo Macedo realçou que não tem “medo dos privados”, porque público e privado representam “coisas muito bem separadas”, exemplificando com as urgências.
“O caso das consultas é um caso mais objectivo, mas, por exemplo, quando falamos em comparação de urgências entre o público e o privado, muitas das vezes não estamos a comparar a mesma coisa. Não tem nada a ver o que é uma urgência no hospital de Santa Maria com o que é muitas vezes um serviço de atendimento permanente - que não se trata de outra coisa - num hospital privado. Eu penso que isto é muito claro”, disse.
Segundo os dados do INE, o número de consultas médicas nos hospitais portugueses cresceu quase 70% em 10 anos, uma tendência comum a unidades públicas e privadas, mas mais marcada nos hospitais particulares.
Em 2002, os privados asseguravam 16,5% de todas as consultas e, dez anos mais tarde, passaram a ser responsáveis por 27,7%.
Tal como as consultas, também o número de grandes e médias cirurgias cresceu de forma contínua entre 2002 e 2010, registando apenas uma diminuição em 2011 e 2012.