Iulia Timoshenko anuncia candidatura à Presidência da Ucrânia

Antiga primeira-ministra foi libertada em Fevereiro, no auge da revolução que levou ao afastamento do Presidente Viktor Ianukovich.

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As eleições estão marcadas para 25 de Maio Vasili Fedosenko/Reuters

"Nenhum dos políticos ucranianos que se preparam para ser candidatos à presidência se dá conta do alcance da anarquia e nem se dispõe a detê-la", disse Timoshenko.

A antiga primeira-ministra, que esteve presa dois anos e meio, convocou uma conferência de imprensa em Kiev para confirmar aquilo que já se esperava desde o momento em que foi libertada, há um mês, no auge da revolução que levou ao afastamento do Presidente Viktor Ianukovich.

Aos 53 anos de idade, Iulia Timoshenko vai enfrentar nas eleições (marcadas para 25 de Maio) o antigo pugilista Vitali Klitschko, líder do partido Udar e um dos rostos da oposição a Viktor Ianukovich, que anunciou a sua candidatura em finais de Fevereiro.

Iulia Timoskenko teve um papel fundamental na revolução de 2004-2005, após as acusações de fraude nas eleições presidenciais de 2004, ganhas por Viktor Ianukovich (então primeiro-ministro) numa segunda volta contra Viktor Iushenko, à época líder da oposição. Depois de vários protestos, o Supremo Tribunal da Ucrânia ordenou a repetição da segunda volta, em Dezembro de 2004, que deu a vitória a Iushenko.

Seis anos depois, em 2010, Viktor Ianukovich vencia as presidenciais, também à segunda volta, precisamente contra Iulia Timoshenko, então primeira-ministra.

Nascida em Novembro de 1960 em Dnipropetrovsk, Iulia Timoshenko foi a primeira mulher chefe de Governo da Ucrânia, tendo liderado o executivo em duas ocasiões – primeiro entre Janeiro de 2005 e Março de 2010, e depois entre Dezembro de 2007 e Março de 2010 (quase sempre sob a presidência de Viktor Iushenko, à excepção do último mês do segundo mandato, após a vitória nas eleições presidenciais de 2010 de Viktor Ianukovich).

Depois da derrota nas eleições de 2010, Iulia Timoshenko foi alvo de várias acusações em tribunal, tendo sido condenada em finais de 2011 a sete anos de cadeia por desvio de fundos e abuso de poder.

Os processos contra Iulia Timoshenko foram vistos na União Europeia como uma perseguição política movida pelo campo de Viktor Ianukovich, pelo que a sua libertação foi considerada imprescindível para que a Ucrânia pudesse assinar um acordo de parceira com Bruxelas, em finais de Novembro do ano passado.

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