FMI vai emprestar entre 14 a 18 mil milhões de dólares à Ucrânia

Montante será definido em Abril e faz parte de um pacote de 27 mil milhões de dólares de empréstimo durante dois anos

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Sem medidas de austeridade, PIB cairá 10%, avisou o primeiro-ministro Arseny Yatseniuk avisou Konstantin Chernichkin/Reuters

O empréstimo do FMI é uma fatia do programa internacional de ajuda financeira que soma 27 mil milhões de dólares. Nikolay Gueorguiev, chefe da equipa de missão da organização a Kiev, sublinhou em comunicado que o montante concreto do empréstimo será “determinado assim que for considerada toda a ajuda bilateral e multilateral”. O país deverá receber ajudas dos Estados Unidos, União Europeia e Japão.

“O acordo alcançado com as autoridades está sujeito à aprovação da administração e conselho executivo do FMI. Espera-se que isso aconteça em Abril, depois da adopção de um pacote alargado de medidas para estabilizar a economia e criar condições para o crescimento sustentável”, disse Nikolay Gueorguiev.

Entretanto, o primeiro-ministro interino, Arseny Yatseniuk, já avisou que se as medidas de austeridade do FMI não forem adoptadas, “o PIB pode cair 10% este ano", cita a Reuters. Yatseniuk prevê que a inflação se situe entre os 12 e os 14% em 2014.

A crise na Ucrânia acentuou-se depois dos protestos de Novembro. O défice já representa mais de 9% do Produto Interno Bruto (PIB) e, para o FMI, “a falta de competitividade conduziu a uma estagnação nas exportações e do PIB”. Com acesso limitado aos mercados de dívida internacionais, as reservas monetárias caíram para um “nível crítico” e, no início do ano, apenas cobriam as necessidades de importações durante dois meses. A empresa pública de gás, Naftogaz, acumula um défice excessivo que representa quase 2% do PIB.

“Depois da intensa turbulência económica e política dos meses recentes, a Ucrânia atingiu alguma estabilidade para enfrenta desafios difíceis”, defende o FMI. As previsões económicas mantêm-se negativas, com a economia a entrar em recessão, antevê a organização liderada por Christine Lagarde.

No início de Março, Durão Barroso, presidente da Comissão Europeia, anunciou um pacote de ajuda financeira de 11 mil milhões de euros, que combina verbas do orçamento da União Europeia, do Banco Europeu de Investimento (BEI) e do Banco Europeu para a Reconstrução e Desenvolvimento (BERD).

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