De tão marcado pelo seu “contexto” (a invasão israelita do Líbano nos anos 80), o primeiro filme de Ari Folman (Valsa com Bashir) não parecia pressupor que o realizador se desenredasse facilmente do tema e da história de Israel. Razão para a primeira surpresa de O Congresso, que pega na outra “marca” de Valsa com Bashir (a relação entre a animação e a “imagem real”) para construir uma fábula futurista, num futuro que já é tão “agora”, e que funciona tanto como comentário político “global” (a tecnologia como arma política por excelência) como enquanto inusitada elegia por um cinema condenado a desligar-se da realidade para ficar só com os intermináveis simulacros do “virtual”. Não é que seja uma obra-prima, mas é um filme inesperado, e em pleno domínio da sua matéria, formal e temática. Marginalmente, lembra que Robin Wright (óptima) ainda não tinha um filme que a tratasse tão bem (e ela a ele).
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