Governo “incorporou” sugestões do PS na proposta para Bruxelas, garante ministro

Socialistas dizem que nunca houve trabalho conjunto com o executivo.

O governante recusa liminarmente as críticas dos socialistas por não terem sido consultados para o acordo de parceria que hoje entrega em Bruxelas. Mas não quer entrar em pormenores sobre o tipo de informação que o executivo disponibilizou à equipa socialista.

O PÚBLICO apurou que os socialistas deram de facto algumas contribuições para as versões do acordo que o Governo enviou a Bruxelas em Julho e em Novembro do ano passado, mas sem que a equipa de Passos Coelho lhes tenha depois dado feedback das considerações europeias. Além disso, a penúltima versão do documento seguiu para Bruxelas a 16 de Janeiro, o mesmo dia em que o Governo a enviou ao PS e, portanto, sem que pedisse a contribuição do maior partido da oposição para um documento quase final.

“Não quero acreditar que essas afirmações que ouvi sejam de uma fonte oficial do PS. Eu e o Governo mantivemos contactos regulares sob grande reserva, tal como o PS nos solicitou. Tenho a certeza de que o prof. Caldeira Cabral, de quem tenho a melhor impressão e de quem pude ter a melhor contribuição nos últimos meses, não deixará de dizer isso mesmo”, afirmou Poiares Maduro ao PÚBLICO.

O ministro confirma a existência de “reuniões” e “contactos regulares”. “Tudo isto foi previamente acertado – a forma como as consultas foram efectuadas – e nunca o PS nos manifestou qualquer preocupação relativamente à forma como isto estava a ocorrer. Isto está documentado”, diz Poiares Maduro.

Ao PÚBLICO, fonte da direcção socialista garantia que “o PS desconhece as reacções da Comissão Europeia sobre os documentos do Governo relativos aos fundos comunitários (2014-2020) e apenas teve conhecimento da última versão da proposta do Governo no mesmo dia em que foi enviada para Bruxelas. Esclarece-se que nunca houve nenhuma negociação do PS com o Governo sobre fundos comunitários nem há qualquer trabalho conjunto”.
 

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