Trabalhadores dos Transportes Sul do Tejo em greve de 24 horas na sexta-feira

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Apenas 60% dos maquinistas do Metro Sul do Tejo são sindicalizados, o que pode explicar a adesão relativamente baixa Pedro Martinho

João Saúde, do Sindicato dos Trabalhadores de Transportes Rodoviários e Urbanos de Portugal (STRUP), disse à agência Lusa que é necessária uma "conversa ampla" com os trabalhadores.

"Lançámos o desafio à administração dos TST para que nos desse duas horas, num período ao final da manhã, de modo a evitar transtornos de maior, para realizarmos um plenário com os trabalhadores, mas a empresa não acedeu a este pedido e tivemos que avançar com o pré-aviso", disse.

A empresa, contactada pela Lusa, referiu, em comunicado, que o que estava em causa era um pedido de dispensa do trabalho "sem o devido desconto no tempo já previsto por lei para a prática de actividades sindicais".
Por isso, “a TST considera que o pedido não é adequado ou sequer justo, quer para os restantes trabalhadores, quer para os clientes da empresa", salientou.

O sindicalista explicou que existem muitas questões a abordar com os trabalhadores, como a caducidade do acordo de empresa (AE) e o pagamento do trabalho extraordinário.

"Está em causa uma possível caducidade dos AE antigos, o roubo no pagamento do trabalho extraordinário, pois esta é uma empresa privada, a desregulamentarização dos horários de trabalho, os subsídios que não são aumentados e os aumentos quase sempre abaixo da taxa de inflação, com apenas uma excepção nos últimos anos", explicou.

A empresa defende que já foram iniciadas as conversações com todas as entidades sindicais e que estão a decorrer "dentro do calendário habitual".

A TST indicou que nas reuniões ocorridas já se disponibilizou para “fazer um aumento salarial de acordo com a taxa de inflação esperada para 2014” e disse respeitar a greve, mas vai procurar “atenuar o impacto” junto dos utentes.

João Saúde referiu que é normal que algumas carreiras circulem durante o período da greve, entre as 3h de sexta-feira e as 3h de sábado, mas espera "um grande plenário".

"Sabemos que a empresa tem as suas estratégias em dias de greve e é normal contactar todos os trabalhadores para saber se estão disponíveis para trabalhar ou não, exercendo a sua pressão. Algumas carreiras vão ser feitas, até porque existem trabalhadores a contrato, mas vai ser um grande plenário", afirmou.

O plenário geral está agendado para as 9h30, no Laranjeiro.