Cavaquinho.pt: “Mais portátil do que isto só a voz humana”

À excepção de dois temas tradicionais (Peixinhos do mar, do Brasil, e Laranxa, da Galiza), mesmo assim reinventados por ele, todos os temas são de Júlio Pereira. E neles fundem-se sonoridades muito distintas, da chula à morna ou à música celta. “Fiz temas novos. Este disco não foi fácil de fazer, mas foi um desafio. Explorei ao máximo a técnica do cavaquinho há 30 anos e agora só pude voltar a ele despegando-me completamente de qualquer raiz. Quem ouvir o disco vai perceber isso. Estão lá vários sítios do mundo, estando lá uma essência que veio de nós. Até porque não tenho dúvidas de que a maneira como toco instrumentos faz parte desta cultura e não doutra.”

Além disso, desta vez usou vários cavaquinhos e não um só: “Utilizei a técnica normal do rasgado como em 1981, mas também faço utilização de outra técnica, a do ponteado, e acho que fiz muito bem porque consegui ir a situações a que nunca teria ido só com o rasgado.”

O disco, com 11 temas, tem chancela da Tradisom (de José Moças) e é lançado em formato de livro/CD com 112 páginas, com introdução de Salwa Castelo-Branco e um extenso texto de João Luís Oliva que percorre a história do cavaquinho desde os primórdios, contextualizando as suas metamorfoses.

Além das vozes já citadas, o disco, misturado por Quico Serrano, conta ainda com a participação de vários músicos: Miguel Veras (viola acústica), Fernando Araújo (baixo), Quiné (percussão), Laurent Filipe (trompete), Guto Lucena (flauta transversal) e Daniel Pereira (gaita-de-foles).

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