Trabalhadores ferroviários marcam “dia de protesto” para 4 de Fevereiro

Marcação de greves, manifestações e concentrações deverá ser decidida até ao final da semana.

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Os trabalhadores da CP e da CP Carga estão em greve às horas extraordinárias até 31 de Janeiro Ricardo Castelo

As acções concretas deverão ser decididas até ao final da semana, adiantou ao PÚBLICO José Manuel Oliveira, coordenador da Federação dos Sindicatos de Transportes e Comunicações (FECTRANS), afecta à CGTP.

A contestação dos trabalhadores tem a ver não apenas com as reivindicações dos trabalhadores no activo, mas também com as dos reformados. A resolução apresentada nos plenários desta terça-feira pelo Sindicato Nacional dos Trabalhadores do Sector Ferroviário elenca como reivindicações principais: “a reposição dos acordos de empresa e dos cortes salariais” acima dos 675 euros, a “reposição do direito ao transporte” e a “defesa da componente social do transporte ferroviário e contra as privatizações”.

A acção acontece três dias depois do “dia nacional de luta” agendado pela CGTP para 1 de Fevereiro que pede o “fim ao terrorismo social da política de direita” e a demissão do Governo. E vem na sequência de uma vaga de paralisações no sector dos transportes que se estende até 31 de Janeiro com um período de greve ao trabalho extraordinário na CP e na CP Carga.

José Manuel Oliveira lembra que estes serão os primeiros dias em que os trabalhadores “vão ver na prática o que é que implicam os novos cortes impostos pelo Orçamento do Estado”. E a expectativa é a de que o impacto possa “mobilizar mais trabalhadores” para este dia, sejam quais forem as acções de protesto a anunciar entretanto.

“Os trabalhadores e reformados vão ser confrontados, novamente, a partir do mês de Janeiro com novos e brutais cortes nas suas remunerações” e com “a redução das deduções em sede de IRS e com a sobretaxa de 3,5%”, refere-se na resolução apresentada nos plenários realizados nesta terça-feira.

No mesmo texto, o sindicato contesta ainda que, tanto os trabalhadores como os reformados, continuem a ser “confrontados com o roubo do seu direito ao transporte”, porque, dizem, os descontos acordados entretanto apenas repõem uma parte do valor anteriormente previsto.

Outro foco de contestação está ligado à redução de custos nas empresas públicas do sector e do impacto que, temem, as medidas de contenção venham a ter na qualidade dos serviços ferroviários.

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