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A vida miserável dos macacos amestrados em Jacarta

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O treinador grita "Topeng Monyet" diversas vezes para informar os transeuntes de que o espectáculo está a começar. Mais pequenos que graúdos se reúnem em torno do treinador e do seu macaco amestrado e dá início o espectáculo. O macaco, baptizado quase sempre de Sarimin, está treinado para se comportar como um ser humano. Sarimin sabe caminhar em duas patas e pedalar em mini-bicicletas, por vezes usa óculos de sol e chapéu. Usa roupa de criança e máscara de boneca. Inevitavelmente, no final do espectáculo, circula com um saco plástico angariando moedas para o seu dono. Em Jacarta, na Indonésia, ainda é assim. Perttu Saksa é um fotógrafo retratista finlandês que visitou Jacarta. Viu muitos destes macacos e ficou impressionado. O seu retrato deste fenómeno é chocante, tétrico e desconfortável, sublinhando a perversão daquilo que deveria representar um animal selvagem. Estes macacos estão constantemente presos por correias de curta extensão, são disciplinados com recurso à violência, mantidos em gaiolas diminutas. São-lhes retirados os dentes, para que não possam morder e são portadores de parasitas e doenças. À sua semelhança, os seus donos/treinadores vivem também em situação de extrema pobreza. Foi com base nestes argumentos que o governador Joko "Jokowi" Widodo resolveu banir o "Topeng Monyet". No ano de 2014, todos os macacos serão confiscados e colocados num zoo. Os seus donos serão pagos pelos animais, mas terão de se dedicar a outra actividade. Ana Marques Maia