Serviços públicos com dificuldade em pagar salários e subsídios
Organismos do Estado tiveram de reforçar as verbas para despesas com pessoal em 146 milhões de euros, mas a tutela só autorizou a descativação de 83 milhões de euros.
Em declarações ao Diário Económico, António Cruz Serra, reitor da Universidade de Lisboa, sublinha que os montantes que chegaram à instituição “não correspondem ao valor” que a universidade “tem para pagar a despesa”. Nos politécnicos, Joaquim Mourato, presidente do conselho coordenador, diz mesmo que o cenário é preocupante. Os politécnicos pediram o adiantamento de parte das verbas para salários de Dezembro, mas ainda não tiveram resposta do Ministério das Finanças.
As dificuldades de pagamento também são sentidas na saúde. Ao Jornal de Negócios, Francisco Ramos, presidente do conselho de administração do IPO, admite que adiar o pagamento aos fornecedores poderá ser a solução para conseguir pagar os subsídios de férias. Por seu lado, Pedro Nunes, presidente do conselho de administração do Centro Hospitalar do Algarve, diz que uma solução pode ser atrasar os salários, mas a decisão terá de ser tomada pelo Ministério da Saúde.
Pelas contas da Unidade Técnica de Apoio Governamental, citadas pelo Diário Económico, os serviços públicos tiveram de reforçar as verbas para despesas com pessoal em 146 milhões de euros, mas a tutela só autorizou a descativação de 83 milhões de euros. O Ministério das Finanças explicou à UTAO que o resto do dinheiro terá de ser “colmatado através de alterações orçamentais a realizar no âmbito da gestão flexível dentro do ministério”. Na prática, terão de ser as entidades a encontrar forma de obter as verbas para as despesas com pessoal.
Entretanto, à Lusa, fonte oficial do Ministério das Finanças já veio dizer que o pagamento dos salários e dos subsídios "serão assegurados em condições normais".
Notícia corrigida às 11h48. Em causa está o pagamento de subsídios de férias e não de Natal