Ups, afinal o metano em Marte é quase inexistente

Curiosity encontrou traços reduzidos de metano na atmosfera do planeta vermelho, ao contrário de medições feitas no passado. Descoberta dificulta a hipótese de vida microbiana.

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O Curiosity analisou a atmosfera marciana em 2012 e 2013 NASA

O robô da NASA, que caminha por solos marcianos há mais de um ano terrestre, fez várias medições da quantidade de metano que existe na atmosfera, a um metro acima do solo, em 2012 e 2013. Para isso, utilizou um espectrómetro de laser que analisa os gases existentes em amostras de ar. Os resultados são desanimadores. “O limite superior de 1,3 partes [de metano] por mil milhões de partes é significativamente menor do que as quantidades de metano medidas por sondas ou a partir de telescópios terrestres”, escreve a equipa de Christopher Webster, do Laboratório de Propulsão a Jacto, do Instituto de Tecnologia da Califórnia, EUA, no artigo publicado esta quinta-feira na edição online da revista Science.

Estas análises passadas mediram diferentes quantidades de metano ao longo dos anos e consoante o local do planeta analisado. Mas o gás tem um tempo de vida de centenas de anos antes de ser degradado pelo Sol, e os cientistas esperavam que a diluição deste gás na atmosfera gerasse uma quantidade de metano cerca de seis vezes maior do que a que foi encontrada agora.

Para os investigadores, “estes resultados reduzem em muito a probabilidade de actividade microbiana metanogénica em Marte” ou a produção deste gás devido a fenómenos geológicos. Mantém-se a incógnita sobre o que era o metano identificado nas experiências passadas.

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