Concerto

D'Bandada: à procura da frequência perfeita

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Basta andar nas ruas e apurar o ouvido. Mais do que os mapas, a música leva-nos onde temos de estar. No Porto, sábado, 14 de Setembro, foi S. João fora do tempo outra vez — pelo terceiro ano consecutivo. Dia, noite e madrugada de Optimus D'Bandada é assim, já se sabe. Às tantas, na Rua José Falcão, os carros já não passam. Uma pequena multidão grita, salta, dança, ensaia moche e "crowdsurfing", ao som de (pasme-se!) R.E.M. e The Smiths, sob o olhar curioso de quem aproveitou a noite para estar enfiado numa varanda a passar música. Viva o improviso. E eis que o Porto é um auto-rádio em sintonização: em cada esquina uma estação, em cada rua uma canção. Do AM para o FM. Os The Glockenwise em versão estafeta a cortarem Santa Catarina com amplificadores a tiracolo, Gisela João, pequeno furacão, perfeitamente emoldurada no Passeio das Virtudes, Best Youth e António Zambujo numa Praça dos Leões que quase parecia ter encolhido, os Voxels a comandarem uma pista de dança a partir de uma plataforma elevatória em Cândido dos Reis. E mais: sessões de kuduro com Blaya e The Shine, "spoken word" com Capicua e amigos, viagens à tradição com as escolhas de Tiago Pereira para os Clérigos. AR