Pinças, braçadeiras, facas, instrumentos agrícolas, ferramentas cirúrgicas — ao todo, são cerca de 250 os objectos da Colecção David Usborne que podem ser vistos até 6 de Setembro no Museu Nacional Soares dos Reis. Encontrados na Feira da Ladra e em outros mercados de rua, coleccionados com sensibilidade quase antropológica e agora apresentados numa exposição que os divide em nove categorias, correspondentes a outras tantas necessidades fundamentais da actividade humana (bater, agarrar, cortar, moldar, espalhar, proteger...), estes objectos são uma história alternativa do design — do design anónimo, puramente funcional, que tanto pode ter origem na arrecadação de um criador de gado como na linha de produção de uma moderna unidade industrial. Muitos deles, apesar do avanço tecnológico, mantêm-se extraordinariamente próximos da sua aparência original, sublinhando a intemporalidade e a universalidade das funções primordiais da existência. “Tesouros da Feira da Ladra. A beleza do design anónimo”, que chega ao Museu Soares dos Reis, no Porto, vinda do MUDE — Museu do Design e da Moda, tem comissariado do próprio coleccionador, David Usborne, graças ao qual fizeram a viagem da feira para o museu.