UE inclui Hezbollah na lista de organizações terroristas
Governo libanês pedira a Bruxelas para não tomar esta decisão, lembrando que o movimento representa uma “parte essencial” da sociedade do Líbano.
Responsáveis diplomáticos ouvidos pelas agências de notícias internacionais e pelo jornal espanhol El País asseguram que o bloqueio só se refere à milícia – o Hezbollah integra o Governo libanês e a União Europeia participa em vários projectos que têm o grupo como interlocutor.
Reunidos em Bruxelas, os ministros afirmaram a sua vontade de “continuar o diálogo” com todos os partidos políticos libaneses, incluindo o Hezbollah.
Ainda assim, a medida pode desestabilizar as relações com Beirute e a própria situação no Líbano e na região. O Governo libanês pedira aos europeus para não incluírem o Hezbollah nesta lista negra, notando que o poderoso movimento representa uma “parte essencial” da sociedade do Líbano.
A principal consequência é o congelamento de contas e bens da milícia no espaço europeu, mas a UE sabe que nem sempre será fácil distinguir se os bens pertencem ao ramo político ou militar do movimento.
A decisão surge depois da admissão do Hezbollah de que está a lutar ao lado do regime de Bashar al-Assad na Síria, mas esse envolvimento não aparece nos fundamentos. Por trás da decisão estão as provas crescentes de que o grupo está ligado ao ataque do ano passado num autocarro na Bulgária.
O Reino Unido pressionava há muito os parceiros para esta decisão. “Quando acontece um ataque terrorista em solo europeu tem de haver consequências”, disse à chegada ao encontro o ministro dos Negócios Estrangeiros britânico, William Hague. “A Europa tem o reconhecer e agir.”