PSD queria documento pós-negociações a explicar as divergências, PS recusou

Mais do que o retomar das negociações, a carta de Jorge Moreira da Silva a Alberto Martins propunha dar "transparência" ao diálogo.

Foto
Jorge Moreira da Silva diz que escolas, tribunais e centros de saúde não podem encerrar nos mesmos territórios Pedro Cunha

Na carta, enviada a Alberto Martins já depois dos líderes dos três partidos terem sido recebidos pelo Presidente da República, Jorge Moreira da Silva convidava o PS para uma nova reunião, às 19h30 de sexta-feira, com vista a preparar o documento que dizia não ter sido possível produzir durante as negociações.

"Nessa reunião devemos preparar o referido documento, identificando, nas matérias essenciais, os pontos de convergência e divergência entre as delegações partidárias", repete a missiva. Para concluir que tal documento, "não apenas dará mais transparência ao diálogo em curso, como também poderá justificar um esforço adicional visando o 'compromisso de salvação nacional'".

Por essa altura já António José Seguro tinha decidido fazer uma comunicação ao país às 20 horas. Alberto Martins respondeu de imediato.

"Nunca foi proposto, no decurso das diversas reuniões, a produção de um documento comum que identificasse os pontos de convergência e divergência, sendo certo que eles foram sendo referenciados ao longo dos trabalhos", respondeu o chefe da delegação socialista.

"Hoje mesmo os nossos representantes partidários tiveram oportunidade de identificar os pontos mais relevantes e conhecer as posições de outros partidos, tendo ficado claro que os esclarecimentos necessários estavam cumpridos", acrescenta Martins. Para concluir que "a reunião carece de objecto e sentido útil".

Após a declaração de Seguro ao país, o PSD anunciou ter convidado o PS para prosseguir as negociações, e que os socialistas recusaram. As cartas foram entretanto publicadas nos sites dos respectivos partidos.

Sugerir correcção
Comentar