Verdes acenam com moção de censura ao Governo ainda em Julho
O PEV é o único partido que ainda pode tentar derrubar o Executivo no Parlamento nesta sessão legislativa.
“Não abdicaremos de nenhum, de nenhum, dos instrumentos que temos ao nosso alcance e ao nosso dispor para pôr fim a esta crise que grassa pelo país, protagonizada por um PSD e por um CDS que cavaram a sua própria sepultura”, frisou a deputada ecologista Heloísa Apolónia, em declaração política.
Até à interrupção dos trabalhos parlamentares, a 31 de Julho, apenas o PEV poderá utilizar este recurso, uma vez que o executivo liderado por Passos Coelho já foi alvo na presente sessão legislativa de moções de censura de PS (Abril), PCP e BE (ambas em Outubro).
O Regimento da Assembleia da República estipula que o debate de uma moção de censura comece ao “terceiro dia parlamentar subsequente” à sua formalização. Uma vez aprovada, esta ferramenta implica a demissão do Governo.
“Aguardaremos pela atitude do Presidente da República. O que temos a dizer é que não aceitamos outra solução que não passe pela dissolução do Parlamento. Outra qualquer decisão seria uma traição ao país, face à realidade, às necessidades e ao espetáculo deprimente que está criado”, continuou a parlamentar de “Os Verdes”.
Cavaco Silva reúne-se ainda esta quarta-feira com o líder do maior partido da oposição, António José Seguro, após demissões de dois ministros de Estado, respectivamente o responsável pelas Finanças, Vítor Gaspar, e titular da pasta dos Negócios Estrangeiros e presidente do CDS-PP, Paulo Portas, ouvindo quinta-feira o líder do executivo e restantes partidos com assento parlamentar.
O líder democrata cristão está reunido com a comissão executiva do CDS-PP a analisar o seu pedido de demissão ainda por aceitar por Passos Coelho, que afirmou a intenção de esclarecer as condições de apoio político junto do outro partido da coligação.
“É triste dizê-lo, mas é justamente com a desagregação do Governo que renasce a nova esperança para o país. Há alternativas saudáveis a esta política medonha da direita, assim seja essa a opção dos portugueses”, concluiu Heloísa Apolónia.