Olhar paródico sobre o turismo sofisticado (o título bem cita uma célebre colecção de guias turísticos) ou variação sobre os temas da Viagem a Itália (o casal desenraizado, e ameaçado como casal, em terra estranha), provavelmente nem a realizadora Julia Loktev saberá decidir: o seu filme funciona como um “teste Rorschach”, é um borrão de tinta espalhado no ecrã à espera que alguém veja lá alguma coisa com um sentido especial, ou pelo menos interessante. O que não é bem o caso, tem-se sempre a sensação de que O Planeta Solitário é assim como podia ser assado, e nem isso parece especialmente significativo. As personagens são bastante encanitantes, e merecem todo o desconforto a que são submetidas, mas também não parece ser ao sadismo do espectador que o filme se dirige. Dirige-se a quê ou a quem? Resposta nas manchas de tinta. Salva-se, com alguma boa vontade eventualmente excessiva, pela aridez das montanhas georgianas.
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