Soares diz que quem está no poder representa o contrário dos valores do 25 de Abril
“Pois não [participarei], porque eu sou solidário com os homens que fizeram o 25 de Abril, que são justamente os homens do MFA [Movimento das Forças Armadas]. É tão simples como isso”, disse Mario Soares, quando questionado acerca da sua ausência nas cerimónias.
Interrogado se quem está hoje no poder não merecia a sua participação nas homenagens da revolução da Liberdade, Soares respondeu: “Qual homenagem? Nunca fizeram nada por isso e são mesmo o contrário”.
Mário Soares participava na apresentação do Museu Do Aljube - Resistência e Liberdade, na antiga Cadeia do Aljube, em Lisboa, onde esteve preso por diversas vezes.
Os 39 anos do 25 de Abril vão ser quinta-feira assinalados com a tradicional sessão solene na Assembleia da República, aberta este ano com a balada “Trova do vento que passa”, de Manuel Alegre, que também estará ausente.
O poeta, antigo deputado do PS e ex-candidato presidencial, não irá estar presente na sessão solene no Parlamento, em solidariedade com a Associação 25 de Abril, que recusou marcar presença pelo segundo ano consecutivo.
Fonte próxima do ex-deputado do PS confirmou a ausência e adiantou que Manuel Alegre estará em Coimbra numa outra iniciativa comemorativa da Revolução dos Cravos.
A Associação 25 de Abril decidiu voltar a não estar presente na sessão solene na Assembleia da República por considerar que o poder político que governa o país “está contra o 25 de Abril, os seus ideais e os seus valores”.
A sessão solene começa às 10h, com intervenções de representantes de todos os grupos parlamentares, PSD, PS, CDS-PP, PCP, BE e PEV, da presidente da Assembleia da República, Assunção Esteves, e do Presidente da República, Aníbal Cavaco Silva.