Bullying homofóbico já chegou às escolas do primeiro ciclo do básico

Rede Ex-Aequo mostra-se também preocupada com “aumento exponencial de denúncias de homofobia nas praxes”.

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Ao todo chegaram à Rede Ex-Aequo 37 denúncias de casos de homofobia nas escolas em 2012 Sérgio Azenha

O relatório, remetido ao Ministério da Educação e Ciência, apresenta os resultados de 37 denúncias de casos de homofobia e transfobia ocorridos entre Janeiro de 2011 e Dezembro de 2012. Nele ecoam queixas de alunos que dizem ouvir dos professores brincadeiras como “Não sabia que os maricas fazem desporto com facilidade e agilidade” ou “Ténis rosa ou cores fortes são abichanados”. Há adolescentes que clamam ter entrado em depressão por terem visto o seu nome numa casa de banho seguido de epíteto "Lésbicas do c...".

Mas também há a queixa de uma professora que diz ter visto um colega querer baixar a nota de um aluno depois de ter percebido que ele era gay. E, pela primeira vez, chegaram à Rede Ex-Aequo queixas sobre práticas discriminatórias em escolas do primeiro ciclo do ensino básico.

Para além dos 42% que se dizem vítimas directas de bullying homofóbico, 67% dos jovens declararam tê-lo presenciado e 85% afirmaram já ter ouvido comentários homofóbicos na escola que frequentam. Na óptica da Rede Ex-Aequo, o “ambiente de intolerância” que se vive nas escolas portuguesas degenera em “situações de baixa auto-estima, isolamento, depressões e ideação e tentativas de suicídio”, contribuindo ainda para o insucesso e para o abandono escolar de muitos jovens.

“Denotou-se um aumento exponencial de denúncias de homofobia nas praxes, sendo três instituições do ensino superior visadas”, denuncia ainda a associação, para a qual “este é um problema que necessita de ser resolvido e com urgência”.

Considerando que os resultados do relatório não podem ser ignorados, a Rede Ex-Aequo recomenda às escolas que façam incluir o bullying homofóbico na lista de comportamentos proibidos pelos respectivos regulamentos internos. Além de defender a formação de professores e funcionários, a associação reclama ainda a integração do tema da orientação sexual no currículo escolar.

 

 
 

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