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Boxe, um “jogo de xadrez” no ar

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É um "jogo de xadrez", físico e cerebral, "desafiante" e "extenunante". Não é "violento". Os praticantes de boxe olímpico tornam-se "muito calmos e serenos" porque sabem que "não o devem aplicar fora do contexto". Dá "alegria" — "quem começa, não pára" — e está aberto a toda a gente. Por exemplo, no Torneio de Boxe Olímpico Cidade do Porto, que decorreu de 14 a 17 de Fevereiro, estreou-se um "economista". "Em Portugal, ainda é visto como um desporto marginal, para pessoas agressivas, para pessoas ligadas à noite." Palavras de Sandro Borges, que com Pedro Barbosa treina a BB Team Clube Fluvial Portuense, que organizou o torneio, que "está a tentar mudar as coisas". Ou seja, a desmanchar preconceitos. Até porque é de boxe olímpico (e não de boxe) que se trata — com capacetes, luvas maiores, e não só. "Quando existe demasiado sangue, é parado o combate." Nesta primeira edição, 1700 pessoas foram ao Pavilhão Rosa Mota ver "os melhores atletas da Europa a competir". E não só: "Os nossos miúdos também". Miúdos, de quando em quando encostados a um canto, de quando em quando a rasgar o ar, a dar os primeiros passos na modalidade a que Sandro Borges se "agarrou" em 2005 depois de ter perdido uma perna (e a carreira de futebolista) num acidente de automóvel. "O boxe sempre teve na minha cabeça", confessa. A BB (de Barbosa e Borges) Team surgiria mais tarde. Mote: "Mais, melhor e diferente." Poderia ser outro?