Campeão olímpico japonês de judo condenado a cinco anos de prisão por violação

Masato Uchishiba alegou a sua inocência durante o julgamento. O tribunal deu como provado que abusou sexualmente de uma jovem quando esta estava embriagada e a dormir.

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Masato Uchishiba foi campeão em Atenas e em Pequim TOSHIFUMI KITAMURA/AFP

O acórdão do tribunal que condenou Masato Uchishiba, de 34 anos, indica que o judoca foi condenado por ter ficado provado que abusou, em Setembro de 2011, de uma jovem que treinava. A vítima pertencia ao clube de judo da escola de enfermagem da Universidade de Kyushu. A violação terá acontecido numa viagem a Tóquio com a equipa, em que Masato Uchishiba também participou. Após uma saída em que a jovem, então com 18 ou 19 anos, admitiu ter ficado embriagada, regressaram todos ao hotel onde estavam instalados em Tóquio. Segundo a acusação, citada pela estação de televisão pública NHK, terá sido quando dormia que a rapariga foi alvo do ataque do treinador.

Durante o julgamento, o judoca, casado, alegou a sua inocência e que a relação que manteve com a jovem foi consentida. Em resposta, o tribunal sublinhou que a vítima não estava totalmente consciente, por estar alcoolizada, encontrando-se assim numa situação de fragilidade. A defesa de Masato Uchishiba deverá anunciar ainda esta sexta-feira se irá recorrer da sentença.

Desde Janeiro do ano passado, quando foram tornadas públicas as acusações contra Uchishiba, que este ficou proibido de treinar atletas e de integrar todas as competições de judo.

Este é o segundo caso polémico a afectar a modalidade no Japão. Na quinta-feira, o treinador da selecção feminina de judo japonesa, Ryuji Sonoda, demitiu-se, após ter sido acusado de agredir elementos da equipa. Perante as acusações de que tinha esbofeteado uma judoca e utilizado uma tábua para disciplinar as suas atletas durante os treinos de preparação para os Jogos Olímpicos de Londres, no ano passado, Sonoda admitiu, citado pela agência noticiosa Kyodo, que as acusações eram “mais ou menos verdade”.

Após estes casos, o ministro do Desporto japonês, Hakubun Shimomura, pediu ao Comité Olímpico do país que fossem investigadas alegadas agressões de treinadores a atletas. Em 2007, registou-se um dos casos mais graves, quando um lutador de wrestling, de 17 anos, morreu depois de ter sido violentamente agredido durante um treino. 

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