O que há de mais notável em César Deve Morrer é o modo como os veteranos irmãos Taviani fintam as expectativas (admissivelmente limitadas) do que o seu filme pode ser. Um documentário sobre uma encenação do Júlio César de Shakespeare pelos detidos de uma prisão italiana de alta segurança parece ser algo programático no papel. Na prática, torna-se numa extraordinária meditação sobre o papel social da arte, que subverte habilmente todas as fronteiras entre a ficção e o documentário, ao ponto em que as palavras do dramaturgo britânico se transformam na verdadeira expressão do que vai na cabeça destes homens sem nunca perderem uma relevância maior. É um grandíssimo filme, e uma grandíssima surpresa.
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