Não falta segurança a Artur Serra Araújo, que assina aqui a segunda longa-metragem depois de Suicídio Encomendado (2009) e prova ter uma ideia de estilo e mão segura na direcção de actores. O que lhe sobra em segurança, contudo, falta-lhe em construção narrativa, o que torna A Moral Conjugal numa penosa manta de retalhos com ideias suficientes para três filmes diferentes que nunca são exploradas para lá de uma passagem apressada. O que parece ser um estudo sobre um médico perturbado transforma-se às tantas numa exploração dos meandros da traição em tom de comédia negra, paredes-meias com uma sugestão de thriller psicológico, mas deixando deliberadamente vagas as respostas essenciais à história e o espectador completamente frustrado, incerto se os “buracos” da história são defeito ou são feitio. Se Suicídio Encomendado era uma curta-metragem que não sustentava uma duração de longa, A Moral Conjugal são três literalmente coladas com cuspo sem nunca funcionarem juntas.
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