Um rótulo desenhado pelo atelier Miguel Freitas venceu a medalha de prata na categoria de vinhos do concurso austríaco Golden Label Award 2012. A competição, organizada pela Brigl & Bergmeister GmbH, uma empresa de referência no ramo dos rótulos, distingue o design de rótulos e embalagens em seis categorias.
Na última edição, a 11 de Outubro, em Viena, foram eleitos os melhores de entre os milhares de projectos de diversos cantos do mundo, submetidos a concurso. O rótulo desenhado pelo atelier Miguel Freitas foi o único projecto português finalista.
O atelier abriu em 2001 e, apesar de efectuar diferentes trabalhos na área do design gráfico, aposta, sobretudo, na criação de rótulos e de embalagens para vinhos. "Achámos que era uma área em que deveríamos apostar, não só pelo 'know-how' que temos, mas também por ser um nicho de mercado muito específico e em crescimento", explica Miguel Freitas.
O rótulo do estúdio, que esteve em competição, foi desenvolvido para o vinho Cardal, da Quinta da Alorna. O atelier redesenhou a imagem da marca, o cavalo, utilizando linhas, como uma referência às vinhas dispostas em fila. Já o preto foi escolhido porque, como conta o designer, tratando-se de "uma gama de vinhos branco, tinto e rosé, pretendeu-se, praticamente, eliminar o factor cor do rótulo, pois a garrafa, por si só, já é um elemento indicador".
Reconhecimento "mais fácil" no exterior
A presença na fase final da competição fez o designer sonhar com a medalha de ouro. "Não vencemos a de ouro, mas vencemos a de prata, o que também foi excelente." O primeiro lugar dessa categoria foi ocupado por um vinho da Madeira, mas cujo rótulo foi desenhado por uma empresa estrangeira.
Para Miguel Freitas, fundador da empresa, o reconhecimento agora obtido no Golden Label Award 2012 é importante. "Somos pequenos e damos sempre o máximo do nosso trabalho. Quando, neste caso em concreto, o trabalho é reconhecido, obviamente que torna mais simples crescermos um pouco mais", afirma.
Mas o valor desta distinção internacional vai ainda mais longe para o designer português, que a relaciona com o facto de, "infelizmente, muitas vezes o reconhecimento vir mais depressa de fora do que de dentro". Miguel Freitas defende que em Portugal se tem verificado uma evolução na área dos rótulos e das embalagens, mas lamenta: "Lá fora, há um reconhecimento muito mais fácil do nosso trabalho e de outros atelieres de design".