Negociações de paz entre o Governo da Colômbia e as FARC começam na quinta-feira
Na quinta-feira haverá uma conferência de imprensa para marcar o início das conversações que têm como objectivo pôr fim ao conflito que dura há quase meio século entre as FARC e as autoridades colombianas. Nos últimos dias os representantes da guerrilha procuraram obter garantias de que não seriam detidos ao deslocar-se a Oslo, até que, por iniciativa do Governo colombiano, foram levantados os mandados de detenção da Interpol contra os negociadores das FARC, adiantou o El País.
Depois disso, ambas as partes anunciaram em comunicado o início das negociações para dia 18. Já houve conversações preliminares em Havana e o encontro na Noruega ocorre após várias etapas de aproximações para estabelecer uma agenda tendo em vista um acordo de paz.
Ao contrário do que muitas vezes acontece, não foi decretado um cessar-fogo antes das negociações, depois de em conversações anteriores isso ter sido usado pelas FARC para intensificar a sua influência em várias regiões da Colômbia.
A delegação do Governo colombiano será liderada pelo antigo vice-presidente colombiano Humberto De La Calle, enquanto o principal representante da guerrilha será o número dois das FARC, Iván Márquez, que viu a sua viagem ser atrasada pelas fortes chuvas que têm atingido várias regiões da Colômbia.
O líder das FARC, Timoleón Jimenez, também conhecido por Timochenko, tinha criticado na segunda-feira a demora na suspensão do mandado de detenção internacional contra representantes das FARC, e as negociações terão também sofrido um atraso devido à inclusão na delegação da guerrilha de uma representante de nacionalidade holandesa, Tanja Nijmeijer, de 34 anos, que integrou as FARC em 2000 e foi acusada pelo rapto de três cidadãos norte-americanos.
A conferência de imprensa de quinta-feira foi também confirmada por uma porta-voz do ministério norueguês dos Negócios Estrangeiros, Veslemoey Lothe Salvsen. Irá decorrer num hotel no centro de Oslo e dará início a negociações que estão a ser consideradas históricas entre uma guerrilha hoje fragilizada com cerca de 9200 membros, e o Governo de Juan Manuel Santos.