Há alguma coisa a acabar em Oslo, 31 de Agosto, e não é só o Verão. Todo o filme se entrega, sempre na nota certa, a uma melancolia do fim, banhada pela aturdida luz do Verão nórdico, enquanto acompanhamos o seu protagonista (um jovem toxicodependente em processo de cura) no mais pacífico, mais calmo, salto para o vazio que vimos ultimamente. Bela reiteração de um tema perene por aquelas paragens, o angst escandinavo, sem “gritos” mas com algum vermelho a pintalgar o céu nos belos planos do nascer do sol em Oslo. De resto, o “passeio” por Oslo, cidade tão pouco filmada, e com a qual Joachim Trier estabelece uma química muito particular, é outro dos atributos do filme. Oslo, 31 de Agosto contra Oslo, 22 de Julho: um filme sobre um anti-Breivik, assombração trazida pelo acaso (o filme estreou-se antes dos atentados) mas que não deixa, por isso, de estar lá.
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