Autocarros, carros da polícia, táxis amarelos, camiões de mudanças ou de transporte de valores. Nenhum veículo de quatro rodas escapa ao BKME, um site que pretende defender as ciclovias de Nova Iorque.
“Juntem-se à velolução!” apela o site criado pelos estudantes Martín Bravo, Alex Kozovski e Fred Truman que funciona como uma espécie de radar de infracções dos automobilistas. Sempre que pisam a linha, o BKME.ORG é alimentado. É mais ou menos assim que funciona.
Em Nova Iorque, o relacionamento dos ciclistas com os automobilistas é tão tenso como em qualquer parte do mundo. Os mais fortes, mais rápidos e mais pesados aproveitam-se muitas vezes do espaço do elo mais fraco desta cadeia. “O BKME reclama as ciclovias de volta para os ciclistas”, lê-se no manifesto.
Sempre que sintam que o seu espaço está a ser ameaçado, os utilizadores registados deste radar utilizam o hashtag #BKME no Twitter, enviando imediatamente toda a informação necessário ao preenchimento do formulário. Os metadados contêm a localização da infracção com fotografia, a hora, o autor da foto e geolocalização — mais completo do que uma multa, mas sem consequências legais.
Camiões cegos e outros perigos
“Somos ciclistas de Nova Iorque. As ciclovias pertencem-nos exclusivamente. Estamos dispostos a defende-las para nos mantermos vivos”, reclamam os autores do BKME, habituados a “camiões cegos”, “transeuntes suicidas” e a terem que fazer desvios arriscados por fora das ciclovias, abalroadas por veículos motorizados.
“Existem provas estatísticas de que as ciclovias salvam vidas”, prossegue o manifesto. “Nos últimos cinco anos a cidade recebeu mais de 350 quilómetros de pistas de forma a facilitar a vida aos ciclistas, cujo número atinge agora os cerca de 20 mil”. Prevê-se que esse número seja de 30 mil até ao final de 2012.