SIC critica decisão da TVI deixar audiências da GfK, mas RTP defende-a

Em comunicado enviado pelo gabinete de comunicação, a SIC lembra que a mudança do sistema de medição de audiências foi provocada pelas críticas da própria TVI ao sistema da Marktest - ao qual agora poderá regressar, como admitiu a administradora-delegada da Media Capital, Rosa Collell - que considerava "estar em 'total descrédito'". Esse pedido, acrescenta a estação de Francisco Balsemão, acabou por conduzir "a um concurso que designou a GfK como nova empresa de medição de audiências".

A escolha foi feita por unanimidade dos associados da Comissão de Análise de Estudos de Meio (CAEM), uma espécie de órgão de autorregulação, em que se incluem a RTP, SIC, TVI, PT, ZON, APAN (anunciantes) e APAME (agências de meios).

"A RTP e, agora, a TVI, querem voltar atrás, depois de apresentados os resultados do mês de Março", critica a SIC. "São lamentáveis estas mudanças de opinião e de posição, ao sabor dos resultados diários. Apenas têm servido para descredibilizar o próprio mercado televisivo."

A televisão com sede em Carnaxide diz ter "total legitimidade" para criticar a atitude das duas estações concorrentes porque um dos seus canais, a SIC Notícias, "perdeu, com o novo sistema de medição de audiências, a liderança entre os canais temáticos", que tinha desde o lançamento, há 11 anos. Mas isso não a fez "criticar publicamente a GfK ou a CAEM", como fizeram a RTP e a TVI.

RTP partilha opinião da TVI

Como seria de esperar - e depois de um mês a criticar o sistema da GfK -, a RTP colocou-se do lado da TVI, considerando que "não se pode trabalhar com a falta de fiabilidade e a instabilidade deste sistema de medição de audiências".


"O sector dos media tem agora um enorme desafio pela frente: encontrar um sistema de medição de audiências que seja fiável e credível", diz a estação pública numa curta declaração por correio electrónico. "A RTP irá falar com a TVI e com todos os operadores do mercado que partilhem desta necessidade de se encontrar um sistema fiável e credível de medição das audiências televisivas em Portugal, para construir essa solução", acrescenta o grupo público, que não quis prestar mais esclarecimentos.

Anunciantes recusam dois sistemas de audiências em simultâneo

A Associação Portuguesa de Anunciantes (APAN) já veio também defender a posição da CAEM e diz não compreender "como se pode pretender sair do processo nesta fase tão avançada, sobretudo sabendo-se que todas as questões e dificuldades, têm sido tratadas e ultrapassadas" no seio da comissão.


Afirmando-se de acordo "com todas as posições e compromissos que a CAEM tem tomado" ao longo do processo, a associação de anunciantes considera que "não é aceitável a existência de dois sistemas de medição de audiências de um mesmo meio no mercado" e que respeitará sempre o sistema aprovado pela CAEM, entidade que representa o conjunto do sector.

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