O terceiro (e, para nós, melhor) filme da francesa Mia Hansen-Løve ilustra na perfeição o velho adágio “não há amor como o primeiro” - e adiciona-lhe uma “segunda parte” que diz “e é uma coisa inexplicável”. No papel, é uma coisinha mais leve que o ar, daquelas que o abalo mais leve desintegra sem piedade: Camille (uma excelente Lola Créton) é uma adolescente perdidamente apaixonada por um rapaz que parte à aventura pelo mundo e se parece esquecer dela, e o filme acompanha o seu processo de crescimento à medida que essa paixão fica para trás no tempo. Na prática, contudo, Um Amor de Juventude vai ganhando consistência à medida que avança, graças à limpidez e ao desassombro com que a realizadora olha para esta experiência fundadora das emoções, e sobretudo porque o lado bonito e romântico da coisa não esconde que há tanto de terno e ingénuo como de iludido e malsão nas obsessões românticas da juventude.
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