Citado como um dos “nomes mais marcantes e populares da rádio, do teatro, do cinema e da televisão em Portugal”, Igrejas Caeiro nasceu a 18 de Agosto de 1917, em Castanheira do Ribatejo.
A estreia como actor aconteceu, em 1940, no Teatro Nacional de D. Maria II, em Lisboa, e seis anos depois entrou no primeiro filme da sua carreira: “Camões”, de Leitão de Barros.
Como autor, apresentador e empresário, concebeu e difundiu programas como “Os Companheiros da Alegria” e “O Comboio das seis e meia”.
Igrejas Caeiro foi afastado da rádio pela ditadura do Estado Novo devido a declarações sobre a ocupação militar portuguesa de territórios na Índia. O regresso à rádio aconteceu após o 25 de Abril de 1974.
Do seu currículo consta a fundação do Teatro Maria Matos, em Lisboa, em 1969. Igrejas Caeiro foi militante do PS, deputado à Assembleia da República e vereador da Câmara Municipal de Cascais.
A SPA atribuiu-lhe o Prémio de Consagração de Carreira, em 2005, e também a Medalha de Honra, dedicando-lhe uma exposição retrospectiva em 2007. “Mesmo debilitado pela doença, Francisco Igrejas Caeiro acompanhou as atividades da SPA até quase ao final da vida”, lê-se no comunicado divulgado esta manhã.
Igrejas Caeiro morreu neste domingo no Hospital de Egas Moniz, em Lisboa. O velório será na Fundação Marquês de Pombal, no palácio dos Aciprestes, em Linda-a-Velha, de onde sairá o cortejo fúnebre pelas 14h30 de terça-feira em direcção ao cemitério do Alto de São João. O corpo será cremado às 16h.
A Fonoteca de Municipal de Lisboa disponibiliza online trechos curtos, em áudio, de entrevistas de Igrejas Caeiro aos icónicos actores portugueses António Silva e Vasco Santana, e ainda ao declamador e também actor João Villaret. Os excertos podem ser ouvidos aqui, aqui e aqui, respectivamente.
Notícia actualizada às 15h57