Cantor Youssou Ndour declara-se candidato às presidenciais no Senegal
“Desde há muito tempo” vários senegaleses “apelaram, por diversas vezes, à minha candidatura às presidenciais de Fevereiro próximo. Ouvi-os, compreendi-os e respondo favoravelmente ao pedido (...). Sou candidato”, disse Ndour num discurso divulgado por uma rádio e uma televisão que pertence ao grupo de comunicação social de que é proprietário, Futurs Médias.
Ndour enfrentará o Presidente Abdoulaye Wade, de 85 anos, um liberal no poder desde 2000, depois de 40 anos de regime socialista. Antes de Ndour, 20 personalidades anunciaram a sua intenção de entrar na corrida eleitoral. O Conselho Constitucional deverá decidir no final de Janeiro a validade das candidaturas que tiver recebido. A primeira volta do escrutínio está prevista para 26 de Fevereiro.
Na declaração de ontem à noite, Ndour disse que quer “fazer do Senegal um país que cresça”, desenvolvendo iniciativas pela paz, agricultura e projectos sociais nas áreas da saúde e educação.
“É verdade que não tenho estudos superiores, mas a presidência é uma função e não um emprego. Por diversas vezes já dei provas de competência, compromisso, rigor e eficiência. Aprendi muito na escola do mundo”, acrescentou.
Nascido em Outubro de 1959 num bairro de Dacar numa família modesta, Ndour é hoje um dos artistas senegaleses mais conhecidos no mundo, autor de mais de 20 álbuns. A sua carreira ficou marcada pelo êxito de 1994, “Seven Seconds”.
O caso de Ndour, um cantor que quer ser Presidente, não é único. Em 2010, o artista Wyclef Jean, estrela do hip-hop e membro da banda Fugees, anunciou o desejo de ser candidato às presidenciais no Haiti. Mas a sua proposta foi recusada porque não tinha residência naquele país, mas sim nos Estados Unidos. As eleições de Abril de 2011 no Haiti acabaram por ser ganhas por um outro cantor haitiano, Michel Martelly, conhecido por Sweet Micky, que assumiu funções em Maio.