Luanda confirma fim do caso Banif
Em causa estavam acções do Grupo Banif que o Governo de Luanda diz ter pago e nunca ter recebido. A informação foi hoje revelada pela revista Visão, num extenso trabalho sobre a vida de António Figueiredo, que deixou uma fortuna avaliada em 100 milhões de euros (300 milhões antes da crise).
A liquidação da dívida da família Figueiredo a Angola ocorreu depois de 10 de Agosto deste ano, mas o montante não é conhecido. Sabe-se, no entanto, que os angolanos, que nunca receberam as acções, pediam cerca de 25 milhões de euros para compensarem as perdas resultantes do chamado caso Banif, um processo investigado pelo DCIAP.
Entretanto, nos últimas dias, o Estado angolano, através do Procurador Geral da República de Luanda, veio confirmar ter chegado a acordo extra-judicial com todos os herdeiros "do Tenente Coronel António Figueiredo, pondo assim termo definitivo" no diferendo. O documento está assinado pelo PGR, João Maria Moreira de Sousa.
O caso remonta a 2008, quando entrou no DCIAP uma queixa entregue pelo Governo de Luanda reclamando 192 milhões de dólares que terão servido para testas-de-ferro do Estado angolano, advogado do Cruz Martins, Capelo Morais, António Figueiredo, adquirirem, entre 1994 e 1998, 49% do banco de Horácio Roque.
Tudo indica que Horácio Roque terá readquirido as acções aos três testas-de-ferro, mas o DCIAP não foi conclusivo sobre este ponto. A Visão revela ainda que que Horácio Roque, o fundador do Banif, acabou já em 2010 por voltar a vender, fora de bolsa , acções a Cruz Martins, Capelo Morais, António Figueiredo, mas agora por um preço superior à cotação.
A investigação menciona que Horácio cobrou o dobro da cotação do valor negociado em bolsa. Figueiredo viria a morrer em 2009 vitima de um acidente de barco na Sardenha.
Título corrigido às 18h18