Tubarão-branco com 500 quilos salta para cima de barco de cientistas

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Os investigadores estudam as dinâmicas populacionais dos tubarões-brancos ao largo da ilha Seal Foto: Oceans Research

Nas palavras da equipa, o episódio foi a “surpresa de uma vida” e um choque.

O incidente aconteceu quando sete investigadores da organização científica sul-africana Oceans Research realizavam um estudo sobre a dinâmica populacional dos tubarões ao largo da ilha Seal, perto da Baía Mossel, na África do Sul, a bordo do “Cheetah”.

Desde as 07h30, Dorien Schroder, coordenadora da equipa, e seis colegas lançavam iscos ao mar para atrair os animais. Cerca de hora e meia depois, já tinham recolhido dados relativos a quatro tubarões que se aproximaram do “Cheetah”.

“A actividade em redor do barco diminuiu durante cinco minutos e tudo estava calmo. De repente, ouvi um grande barulho na água e vi um tubarão-branco a saltar do mar, a elevar-se e a, literalmente, pairar por cima dos biólogos, antes de cair para cima do barco”, contou Schroder no blogue da organização.

Automaticamente, a cientista empurrou a equipa para a proa, enquanto o animal, “desorientado e em pânico”, destruía equipamento, acabando por ficar preso no convés.

Enquanto Shroder lançava água para cima do tubarão, para o manter vivo, outro barco, o “Lamnidae”, veio em seu auxílio. Os peritos ataram uma corda à cauda do animal para o tentar arrastar para a água, mas tentativas sucessivas falharam. Como o “Cheetah” ficou destruído, o outro barco conduziu-o para um porto, ainda com o tubarão no convés. Aqui chegado, o animal foi retirado da embarcação com o recurso a uma grua e foi devolvido ao mar. No entanto, o tubarão não se conseguiu orientar nas águas e foi dar a uma praia perto do porto. Com a ajuda de Enrico Gennari, um dos directores da Oceans Research, a equipa atou uma corda à cauda do animal e puxou-o de volta ao mar com a ajuda de um barco. “Quando retirámos as cordas, o tubarão afastou-se para o oceano”, contam.

Gennari, citado pelo jornal “The Guardian”, considera que se tratou mais de um acidente e não de um ataque do tubarão.

“Quando trabalhamos com animais desta dimensão temos de ter toda a precaução para garantir a segurança dos cientistas e dos tubarões”, alerta Shroder. “Neste caso, ninguém ficou ferido e o tubarão sobreviveu. Isso é uma nota positiva para a nossa equipa e todos quantos nos ajudaram”.

O tubarão-branco, Carcharodon carcharias, pode chegar aos seis metros de comprimento e pesar mais de duas toneladas. A espécie tem estatuto de Vulnerável, atribuído pela UICN (União Internacional de Conservação da Natureza).

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