Galliano disse em tribunal não se lembrar do que aconteceu

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Galliano quando foi detido em Paris no final de Fevereiro Reuters

“Tenho uma tripla dependência”, disse Galliano em tribunal, pedindo desculpas aos ofendidos e revelando estar com problemas de álcool e dependente de Valium e soníferos.

Em sua defesa, o designer explicou que começou um programa de reabilitação em Arizona, nos Estados Unidos, logo depois da sua detenção e mais recentemente esteve dois meses numa clínica na Suíça. “Ainda não recuperei completamente mas estou a sentir-me muito melhor”, afirmou, citado pelo “The Telegraph” que acompanhou o julgamento ao minuto.

Com base nestas declarações, Galliano confessou não se lembrar de nada do que aconteceu, tanto em Outubro quando diz num vídeo que adora Hitler, como em Fevereiro, detido por proferir insultos racistas e anti-semitas a um casal sentado numa esplanada. Há ainda um terceiro caso, no qual não existem testemunhas, onde Galliano é acusado de mal tratar uma britânica de origem árabe.

O designer, que depois dos acontecimentos foi despedido da Casa Dior, enfrenta agora uma pena até seis meses de prisão e uma multa de 22.500 euros. O veredicto será conhecido numa data ainda a anunciar.

Mesmo afirmando não se lembrar de nada devido ao excessivo consumo de álcool, principalmente, segundo Galliano devido à morte do pai em 2005 e do seu companheiro em 2007 e o constante aumento de trabalho na Dior, o designer garantiu não ser racista nem anti-semita.

“Toda a minha vida lutei contra o preconceito, a intolerância e a descriminação. Não tenho esta visão nem nunca a tive”, afirmou depois de ter assistido ao polémico vídeo que circulou na internet e nos meios de comunicação social.

Galliano fez ainda questão de dizer que tudo o que quer agora é “reconstruir-se pessoal e profissionalmente”, lembrando estar desempregado desde que foi posto de lado pela Casa Dior.

John Galliano apareceu em tribunal de forma discreta, entrando mesmo pela porta lateral para dispersar as atenções. Na rua, alem dos vários jornalistas, apareceram a Liga contra o Racismo e o Anti-semitismo (LICRA) e o Movimento contra o Racismo e pela Amizade dos Povos (MRAP), manifestando-se contra o designer britânico.

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