Irão oferece visitas a diplomatas estrangeiros às suas centrais nucleares

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Nenhum avanço palpável foi registado para resolver a controvérsia em torno do programa nuclear iraniano Foto: Mehdi Ghasemi/Reuters

As visitas deverão ocorrer ainda em Janeiro, pouco antes da segunda ronda de conversações do Irão no grupo dos seis (os cinco membros do Conselho de Segurança – Estados Unidos, Rússia, China, Reino Unido e França – mais a Alemanha), marcada para Istambul para o final deste mês, mas sem data específica.

O retorno às negociações com os seis foi acordado em Dezembro passado, numa reunião de dois dias em Genebra, da qual pouco mais saiu do que esta nova calendarização. Nenhum avanço palpável se registou então para resolver a já muito arrastada controvérsia em torno do programa nuclear iraniano – que Teerão insiste ter propósitos estritamente pacíficos (produção de energia e pesquisa médica), mas que muitas capitais ocidentais temem vir a conduzir à produção de armas atómicas.

Ao fazer o anúncio dos convites aos diplomatas estrangeiros, em conferência de imprensa hoje, o porta-voz do Ministério iraniano dos Negócios Estrangeiros, Ramin Mehmanparast, não precisou quais as centrais nucleares que vão estar abertas às visitas. Mas, posteriormente, o enviado iraniano à Agência Internacional de Energia Atómica (AIEA), Ali Asghar Soltanieh, precisou à agência noticiosa britânica Reuters que Natzanz é um dos destinos, assim como a central de Arak onde existe um reactor de água pesada.

“Esta nova medida de convidar embaixadores de diferentes países para visitarem as nossas centrais nucleares demonstra uma vez mais a boa vontade do nosso país em cooperar, assim como a natureza pacífica das nossas actividades nucleares”, avançara Mehmanparast, citado pela agência noticiosa britânica Reuters. Este responsável apontou como datas muito prováveis para a visita os dias 15 e 16 de Janeiro.

A agência noticiosa norte-americana AP, citando uma fonte da Agência Internacional de Energia Atómica (AIEA), reportava que as centrais de Bushehr e Natanz seriam os destinos desta visita, para a qual não é ainda claro se estão convidados também representantes dos Estados Unidos.

A agência de monitorização nuclear das Nações Unidas tem mantido visitas regulares a algumas das centrais iranianas, incluindo Natanz, onde é produzido urânio enriquecido, mas é cada vez mais crescente o nível de frustração expresso pelos seus inspectores face ao que descrevem como “falta de cooperação” do regime de Teerão.

Notícia actualizada às 9h30
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