Representações portuguesas na Bienal de Veneza regressam ao espaço Fondaco
O director-geral das Artes, João Aidos, revelou hoje à Lusa, em Veneza, que a assinatura do acordo directamente com o proprietário do edifício “garante um espaço para as representações portuguesas” no triénio 2011, 2012 e 2013.
“Assegurar um lugar para as representações oficiais tem sido sempre um problema, mas com este acordo fica garantido nos próximos três anos”, indicou o novo responsável pela DGArtes, entidade tutelada pelo Ministério da Cultura.
O acordo entre a família Marcello, proprietária do espaço, e a DGArtes, entidade responsável pela organização da representação portuguesa, foi assinado a 19 de Julho.
Este ano, a representação portuguesa na 12ª Exposição Internacional de Arquitetura da Bienal de Veneza ainda é acolhida pela Universidade Ca Foscari, no Canal Grande. Em anos anteriores o espaço Fondaco Marcello já tinha acolhido representações oficiais portuguesas, entre elas a da artista plástica Ângela Ferreira.
Porém, para João Aidos, “o ideal seria ter um pavilhão próprio para Portugal, intenção antiga que se mantém, e vai ser avaliada”, indicou.
O responsável apresentou hoje, no Auditorium Santa Margherita, a representação oficial portuguesa na Exposição de Arquitectura da Bienal de Veneza - intitulada “No Place Like -- 4 houses 4 films” -- em conjunto com José Mateus, da Trienal de Arquitetura, entidade com a qual a DGArtes colaborou no projecto.
Álvaro Siza Vieira, Ricardo Bak Gordon, Manuel e Francisco Aires Mateus e João Luís Carrilho da Graça representam Portugal neste projeto que conta também com o trabalho dos artistas plásticos Filipa César, João Onofre, Julião Sarmento e do realizador João Salaviza, todos autores de filmes inéditos sobre as casas.
Para João Aidos, a presença portuguesa na Bienal de Veneza “é crucial, porque a mostra de arquitectura tem uma dimensão mundial. É considerado o grande marco da arquitectura no mundo”, sublinhou.
“Em termos estratégicos, e face ao grande desenvolvimento da arquitetura portuguesa nos últimos anos, e com gerações anteriores, é fundamental mostrar este trabalho em pleno ascendente”, concluiu o director-geral das Artes. Por seu turno, na apresentação, o arquitecto José Mateus também sublinhou que Portugal traz “uma mostra colectiva e transgeracional” a Veneza, onde decorre “um dos maiores eventos da arquitetura no mundo”.
“A nossa intenção não foi apresentar um best-off da arquitectura portuguesa - haveria muitas outras boas escolhas -mas sim mostrar quatro casas diferentes em Portugal que revelam o pensamento de arquitetos com uma carreira sólida e reconhecidos não só no seu país mas também no estrangeiro”, justificou.
A partir de hoje, “No place like - 4 houses, 4 films” está na Universidade Ca’ Foscari, localizada no Canal Grande, inserida na Mostra Internacional de Arquitectura da Bienal de Veneza até 21 de Novembro de 2010.