Christoph Schlingensief, um dos directores de teatro, ópera e cinema mais polémicos e provocadores da Alemanha, morreu este sábado, aos 49 anos, de cancro do pulmão.
Schlingensief, cujo nome fica ainda associado às artes plásticas, deveria ter estreado este mês S.M.A.S.H. - Sufocar em Ajuda, na trienal de Ruhr, mas o rápido declínio do seu estado de saúde levou o próprio artista a cancelar a apresentação.
O alemão, que estava a cerca de dois meses de completar 50 anos, esteve sempre associado à provocação. Na sua produção de "Hamlet", utilizou actores amadores neo-nazis, chegando a queimar uma imagem do antigo primeiro-ministro israelita Ariel Sharon.
No seu programa de televisão "Auslaender raus!" ("Estrangeiros fora!"), denunciou o crescimento do racismo e populismo, com uma espécie de "Big Brother", onde candidatos reais a asilo político viviam em contentores, semelhantes às carruagens de comboio que transportavam os judeus para os campos de concentração, recebiam votos de telespectadores para serem escolhidos.
Foi ainda o produtor da ópera "Parsifal", de Richard Wagner, em 2004 no Festival de Bayreuth, que provocou a ira de alguns críticos, chegando o cenário a ser comparado a um campo de refugiados.
Desde Janeiro, o director germânico trabalhava ainda no projecto Casa de Espectáculos África (Festspielhaus Afrika), cuja construção foi iniciada em Ougadougou, capital de Burkina Faso, em Fevereiro deste ano.