Nigeriano tentou deflagrar uma bomba em voo para Detroit
“É o meu irmão”, disse à Reuters, pelo telefone, Abdul Mutallab, outro dos filhos de Umaru Mutallab, que estava preocupado com as “opiniões religiosas extremistas” do jovem e que há seis meses o denunciara tanto à embaixada norte-americana em Abuja como aos serviços nigerianos de segurança. O jornal nigeriano “This Day” contava hoje que o velho banqueiro se iria reunir dentro de algumas horas com aqueles mesmos serviços. Enquanto isso, no Estado norte-americano do Michigan, o suspeito terá de se explicar sobre a razão do seu acto, com o qual pouco mais conseguiu do que queimar-se a si próprio.
Alguns dos outros 278 passageiros e onze tripulantes do voo que partira de Amesterdão para Detroit ouviram um estoiro quando o homem tentava accionar a bomba e dominaram-no, enquanto ele tentava injectar um produto químico no material explosivo que prendera a uma das pernas.
Dois desses passageiros ainda sofreram ferimentos ligeiros ao tentarem apagar o fogo que o nigeriano ateara em si próprio, com o aparente intuito de conseguir fazer explodir o avião próximo do fim da viagem.
“Cremos que foi uma tentativa de terrorismo”, disse uma fonte da Casa Branca, enquanto o Presidente Barack Obama, de férias no Hawai, era informado da situação, tendo dado ordens para se aumentar a segurança em todos os voos com destino aos Estados Unidos. Os investigadores estão a tentar verificar se o indivíduo de facto tem quaisquer relações formais com a Al-Qaeda, conforme diz, ou se é apenas um aspirante.
O congressista Pete Hoekstra, do Comité de Serviços Secretos da Câmara dos Representantes, disse à AFP que o suspeito “poderá ter estado em contacto com o imã americano [Anwar] al-Aulaqi”, que vive no Iémen, e cujo nome foi citado no caso do ataque em Fort Hood, a 5 de Novembro, em que um militar muçulmano fez 13 mortos e deixou 42 feridos na base no Texas.
O republicano Peter King, da comissão parlamentar de Segurança Interna, disse que o artefacto era “bastante sofisticado”.
A polícia londrina procedeu entretanto à revista da casa onde consta que ele teria vivido, quando estudou engenharia no University College.
O nome do suspeito não foi oficialmente divulgado, mas os diferentes media americanos referiram-no como Abdul Farouk Abdul Mutallab ou Umar Farouk Abdul Mutallab. Segundo os serviços secretos holandeses NCTb, ele tomou um voo KLM de Lagos para Amesterdão e depois a ligação para Detroit, tendo em seu poder um visto válido para os Estados Unidos.
Aquela entidade alegou ser impossível impedir que produtos potencialmente perigosos possam passar pelos controlos de segurança, especialmente objectos que a actual tecnologia não consegue detectar.