Bem-vindo a Zombieland

E se um piano cair de uma grande altura em cima de um zombie bexigoso, isso é a "Matança Zombie da Semana", batendo aos pontos os saloios gordalhufos do supermercado ou o cowboy zombie da loja de souvenirs da reserva índia. Se George A. Romero usou o morto-vivo como pretexto para um olhar devastadoramente político e satírico sobre o mundo contemporâneo, o estreante Ruben Fleischer torna os EUA numa "Zombielândia" contaminada pelo consumismo onde quatro sobreviventes (liderados por um irresistível Woody Harrelson em modo cowboy urbano à procura do bolo industrial perdido) se reconstroem uma espécie de família nuclear ao ritmo cartoonesco de um velho desenho animado dos Looney Tunes.


Sem bigornas, mas com pianos a cair, uma série de regras a cumprir (fazer muito cardio-fitness; verificar sempre o banco de trás; usar sempre o cinto de segurança; nunca se armar em herói), o cameo mais surpreendente do ano (dica: "au revoir, gopher") e uma ausência refrescante de complexos, pretensão ou seriedade. Que o mesmo é dizer, uma versão americana e completamente esgrouviada do mítico "Shaun of the Dead" (vergonha eterna à distribuidora que o enviou entre nós directo para video), série B despachada, divertida, bem-disposta. Fazia falta.

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