Pior exibição da época do FC Porto deu vitória justíssima ao Marítimo
Já se tinha visto o FC Porto entrar mal nos jogos, como voltou a acontecer neste domingo. Mas não há memória, nos tempos mais recentes, de uma equipa portista incapaz de reagir à desvantagem no marcador. A perder desde os 30’, o campeão nacional manteve-se rotineiro, sem chama, resultado de um amontoado de jogadores, em que uma boa parte deles atravessa um mau momento.
O Marítimo de Van der Gaag tem sido bem mais eficaz do que o de Carlos Carvalhal. Somou dez pontos nas últimas quatro jornadas e mostra-se agora como uma equipa compacta e com ideias. Ontem, entrou muito bem, sempre solto e dinâmico na forma como variava o desenho entre o 4x2x3x1 e o 4x3x3, com um duplo pivot à frente da defesa (Roberto Sousa e Bruno) que libertava Marcinho para o apoio ao tridente ofensivo. Aparentemente lento na primeira zona de construção, o Marítimo era capaz de acelerar o jogo quando a bola chegava a Marcinho ou aos alas Djalma e Manú, que deram água pela barba a Sapunaru e a Álvaro Pereira.
Depois de alguns ameaços, o golo acabou por surgir aos 30’, quando Alonso cruzou e Rolando fez um corte deficiente que levou a bola para o fundo da baliza de Helton, que se lesionou no aquecimento, mas aguentou, com algumas dificuldades, até ao fim. Os madeirenses chegaram ao golo com alguma felicidade, mas podiam ter dilatado a vantagem, logo a seguir, por Babá, que desperdiçou duas boas oportunidades, aos 37’ e aos 41’.
O FC Porto fez o primeiro ameaço aos 33’ (remate de Falcao à figura de Peçanha) e não melhorou nada de concreto com a troca, ao intervalo, de Rodríguez por Mariano. Desta vez, e ao contrário do que vem sendo habitual, os ganhos também não foram substanciais com a entrada de Farías e a correspondente passagem ao 4x4x2. Manteve-se a passividade e a falta de dinamismo e de velocidade.
No último quarto de hora, Jesualdo foi obrigado a assumir uma defesa com apenas três homens, esquema radical a fazer lembrar loucuras cometidas no tempo de Co Adrianse. Belluschi não saiu do “banco”, opção muito estranha, e Bruno Alves acabou a ponta-de-lança. Mesmo assim, o perigo só rondou a baliza de Peçanha em lances de bola parada e num lance em que Falcao se isolou e permitiu a defesa do guarda-redes. A história repete-se e, como há um ano, o FC Porto ameaça entrar em crise.
POSITIVOAlonso
Entre vários candidatos possíveis, todos do Marítimo, o defesa esquerdo merece ser eleito o melhor em campo. Excelente a defender (anulou Hulk e depois Rodríguez), deu profundidade ao corredor e centrou para o auto-golo de Rolando.
Djalma e ManúCriaram imensos desequilíbrios pelas alas. Só não têm a companhia de Babá, porque o senegalês foi muito perdulário. Bons jogos também de Bruno e Marcinho.
FC Porto
O destaque negativo é colectivo, porque o espaço não chega para todos os candidatos. Fora de forma, sem dinamismo, velocidade e intensidade, eis deficiências apontadas noutros jogos recentes. Ontem, houve ainda incapacidade de reacção ao infortúnio. Foi tudo mau.
Ficha do jogo
Estádio dos Barreiros, no Funchal
Assistência
Cerca de 3000 espectadores
MarítimoPeçanha 6, Paulo Jorge 6 (Taka -, 82’), João Guilherme 6, Fernando Silva 7, Alonso 7, Bruno 7, Roberto Sousa 6, Manú 7 (Briguel - , 65’), Marcinho 7 (Cláudio Pitbull -, 86’), Djalma 7 e Babá 6. Treinador Van der Gaag.
FC PortoHelton 6, Sapunaru 4 (Tomás Costa 5, 74’), Rolando 5, Bruno Alves 6, Álvaro Pereira 4, Fernando 5, Guarín 5 (Mariano 5, 45’), Raul Meireles 5, Hulk 5, Falcao 5 e Rodríguez 4 (Farías 5, 61’). Treinador Jesualdo Ferreira
ÁrbitroPaulo Baptista 5, de Portalegre.
AmarelosFernando (45’), Roberto Sousa (55’), Sapunaru (73’), Álvaro Pereira (75’), Tomás Costa (84’), Babá (90’).
Golos1-0 por Rolando (p.b.), aos 30’.
Notícia actualizada às 23h03