Movimento "Benfica vencer, vencer” avança para as eleições, mas ainda sem candidato

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João Varandas Fernandes com José Augusto e Rui Rangel na apresentação do Movimento Pedro Cunha

Num hotel em Lisboa, o principal porta-voz do movimento, João Varandas Fernandes, apareceu acompanhado de José Augusto, Vítor Santos, Rui Rangel e José Veiga, entre outros.

“Não nos move razões de interesse pessoal, tenho uma vida profissional muito preenchida e na qual me sinto muito bem. Tenho funções de direcção num hospital e não quero o Benfica para promoção. Quero ver o nosso Benfica a jogar à bola”, começou por dizer Varandas Fernandes.

“Por que aparece o movimento?”, perguntou. E o próprio deu a resposta. “O Benfica está numa crise. É o retrato de uma decadência desportiva, de falta de ambição, não tem chama, não tem garra, não ganha”, apontou, frisando ainda a “decadência financeira” por que passa o clube.

"Passivo cresceu 240 milhões"

“Há oito anos tínhamos um passivo de 110 milhões de euros, agora é superior a 350 milhões. O prejuízo da SAD é superior a 18 milhões de euros”, anunciou. E deixou outra pergunta no ar. “Qual é verdadeiramente a situação financeira do clube?”, questionou, dizendo que tinha na sala Vítor Santos, um dos investidores mais fortes na altura da constituição da SAD “encarnada”. “Ele está aqui ao meu lado e também não sabe o que vai acontecer à Benfica Estádio”.

Varandas Fernandes mencionou a “crise de liderança” e de “organização” por que o clube passa. E de “instabilidade” e “desorganização na preparação da próxima época”.

"Gestão de Vieira é um deserto de ideias"

Chamou à gestão de Filipe Vieira, presidente há oito anos do Benfica, um “exercício simples” e “vazio de gestão”, “deserto de ideias” e a “perder identidade”.

Umas das propostas que este movimento desde já avança é a criação de um órgão de carácter consultivo da direcção (à semelhança do Conselho Leonino no Sporting), composto por figuras ilustres e conceituadas do Benfica.

As linhas fortes do programa do Movimento são a “honestidade”, “transparência para com os sócios” e “respeito pela história”.

"Antecipar as eleições é um golpe baixo para os benfiquistas"

Antes de terminar, não esqueceu o timing de antecipação das eleições, previstas para Outubro. “É um ataque brutal, um golpe baixo a todos os benfiquistas, contra tudo o que é suposto acontecer em democracia. Contra a ética e a moral, e este acto eleitoral visa impedir o desenvolvimento de outro projecto”, referiu.

“Estava marcado para o mês de Outubro. E para essa data tínhamos um acordo para um ‘projecto finance’ com duas entidades financeiras internacionais”, disse, terminando com uma certeza: este Movimento recusa o “aventureirismo”.

“O Movimento Benfica não vai desistir, vai crescer, não vai baixar os braços. Não vai fechar os olhos, mas sim escrutinar. Não vamos ser oposição só por ser oposição”, encerrou.

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