Deputado trabalhista suspenso por ter cobrado ao Parlamento hipoteca já liquidada

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A imagem do Parlamento britânico foi manchada pelo escândalo dos gastos dos deputados John Voos/Reuters

Segundo o jornal “Daily Telegraph”, que publica na sua edição de hoje os gastos duvidosos de outros seis parlamentares conservadores e trabalhistas, David Chaytor continuou a pedir à Câmara dos Comuns o reembolso pelas prestações mensais do apartamento do seu apartamento em Londres, que designara como segunda residência, apesar de o empréstimo ter sido totalmente liquidado em 2004. No total, adianta o jornal, recebeu indevidamente dos contribuintes 13 mil libras (14. 500 euros), a que se juntam outras ajudas de custo questionável.

Confrontado pelo “Telegraph” o deputado trabalhista admitiu ter cometido um “erro imperdoável” e prontificou-se a devolver todo o dinheiro cobrado indevidamente. Chaytor anunciou também ter pedido à comissão de ética do Parlamento para investigar todas as suas despesas e, pouco depois, o Partido Trabalhista anunciou que ele seria suspenso do grupo parlamentar até à conclusão das investigações.

O caso é em tudo idêntico ao de Elliot Morely, ex-secretário da Agricultura, que recebeu 16 mil libras (17.900 euros) do Parlamento para comparticipar uma hipoteca que também já tinha sido liquidada. Foi igualmente suspenso da bancada (ainda que mantenha o seu lugar no Parlamento) e poderá mesmo vir a ser excluído do partido se as acusações vierem a ser provadas.

Na sua edição de hoje, o “Guardian” revela que o Labour se prepara para adoptar medidas radicais para tentar travar um escândalo que deixa os trabalhistas em risco de se tornar a terceira força partidária britânica. A comissão executiva deverá decidir na próxima semana que qualquer deputado que tenha cobrado despesas “impróprias” não terá o apoio do partido para se recandidatar nas legislativas do próximo ano.

O jornal adianta ainda que o primeiro-ministro, Gordon Brown, fez um ultimato a todos os membros do Governo (que têm de ser obrigatoriamente deputados) para garantirem que as facturas apresentadas nos últimos cinco anos estão em poder do Parlamento e prontas a serem publicadas.

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