Fazer neo-realismo com muitodinheiro (quanto mais não seja,dinheiro para os acabamentos) temos seus problemas. Instala-se umdesequilíbrio entre os que têmmuito (os realizadores, o filme) e osque não têm nada (as personagens,a história), e isso desemboca numagrande bolsa paternalista quecoarcta toda a ferocidade (daspersonagens, e do olhar sobre aspersonagens). Enfim, nada distoestá escrito em lado nenhum, masnão se pensa noutra coisa enquantose vê "Linha de Passe" - filme"amável", "humano", filme quequer envolver as personagens numgrande abraço sem perceber que éesse abraço que as está a sufocar.Por acaso há mais uma coisa em quese pensa: nenhum dos cineastasbrasileiros de 60 e 70 faria um filmedestes. Filmavam de costas voltadaspara a televisão e para o imagináriodas telenovelas. Já Salles limita-se aprolongá-lo.
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