Gran Torino

Que acrescentar sobre "Gran Torino"? Que Clint se diverte (mas diverte-se muito seriamente) a brincar com a sua "aura", a girar entre o seu lado assustador, quase "fora de controlo" (a cena em que primeiro salva a rapariga asiática), e a proximidade reconfortante com que se encarrega da "educação" do miúdo? Que "Gran Torino" trabalha conscientemente uma "súmula", em simultâneo revisão e reiteração (donde, a sua extraordinária complexidade) do rasto que Clint foi deixando em quarenta anos de filmes como realizador e como actor?

Que o tratamento dos espaços da acção, e da sua articulação com a tensão própria das personagens, na curta escala de uma rua (e pouco mais), é prodigioso? Que tem o mais belo genérico final do cinema americano das últimas décadas? Ou repetir, apenas, "espalhando ao vento": é uma magnífica obra-prima.

Sugerir correcção
Comentar